quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Circuito Labfoto promove eventos fotográficos em Salvador
A iniciativa responde à demandas crescentes pela circulação de conteúdos fotográficos na cidade. Como já foi mostrado, em postagens anteriores desse blog, as inovações tecnológicas no campo da fotografia propocionaram o barateamento dos dispositivos e permitiram a ampliação do acesso à prática fotográfica. Com isso, o interesse das pessoas, sejam curiosos, fotógrafos amadores ou profissionais, se intensifica constantemente, tanto na busca por conhecimentos técnicos como teóricos.
Com exceção da projeção de imagens, que aconteceu no dia 9, desse mês, todos os outros eventos que compõem a programação do circuito ainda podem ser vistos pelos interessados. A projeção de imagens representou a 12ª e última edição do ano do projeto Olhos da Rua, que foi uma grande oportunidade para diversos fotógrafos mostrarem os seus trabalhos, sem custos. Utilizando a tecnologia a favor da difusão de imagens fotográficas, os trabalhos eram expostos através de projeções, uma alternativa interessante para a produção de um evento sem os altos custos de uma exposição com ampliações de imagens.
Com a intenção de promover trocas culturais e interações profissionais sobre a fotografia contemporânea, no dia 14 de dezembro acontecerá o Café Fotográfico, que trará a fotógrafa Isabel Gouveia e e o fotógrafo e professor universitário Rodrigo Rossoni. Em formato de uma conversa agradável, o tema da fotografia e suas atualizações tecnológicas é confortavelmente discutido no Ciranda Café, a partir das 19h.
A exposição Espetáculos do Corpo, é uma mostra dos trabalhos produzidos pela equipe do Labfoto ao longo dos últimos dois anos, e ficará em cartaz no Ciranda Café (Rua Fonte do Boi - Rio Vermelho) até o 22 de dezembro. Já a exposição Boneca Sai da Caixa, que ficará exposta no Foyer do Espaço Xisto Bahia, será aberta no dia 15 de dezembro e estará em cartaz até 15 de janeiro. Esta exposição apresenta os resultados de um projeto iniciado em 2007, que consiste na montagem de um estúdio no vão livre do TCA (Teatro Castro Alves) durante a comemoração do Dia do Orgulho Gay, em Salvador, para fotografar as bonecas.
Mais informações no site do próprio Labfoto: www.labfoto.ufba.br
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Mirror-box
Com seis espelhos, uma câmera com timer e muita criatividade, Ron Brinkmann inovou com fotografias de reflexo. Em tempos de photoshop qualquer um que veja suas fotografis poderia imaginar que as fotos são montagens, mas não, é tudo uma questão de perspectiva.
O fotógrafo usou objetos comuns, como velas, brinquedinhos de crianças e até o próprio flash embutido na câmera para gerar o efeito visto nas imagens.
A ilusão de reflexos infinitos espelho frente a espelho não é uma novidade, mas é preciso admitir que o uso da caixa espelhada tem um efeito composicional muito interessante.
O fotógrafo é famoso por seus trabalhos com design digital, é o autor do livro The Art and Science of Digital Compositing e funcionário fundador da Sony Imageworkes.
Mais fotos no Flickr do fotógrafo.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
O irreversível e o inacabado de François Soulages
domingo, 20 de novembro de 2011
Fotografia de Alimentos
Quem nunca foi surpreendido por uma picanha suculenta exposta em um outdoor, por um hambúrguer gigante impresso em um panfleto de lanchonete ou por um sorvete delicioso no cardápio de um restaurante? As imagens dos alimentos são importantes recursos para chamar a atenção do público, atraindo o cliente a uma determinada loja ou o influenciando a comprar determinado produto. Nas fotos, os alimentos podem vir sozinhos, em cima de um prato ou servidos em uma mesa, mas sempre aparentam impecáveis e como se tivessem acabado de sair da cozinha. Porém, quase tão comum quanto o desejo que surge ao olhar o anúncio publicitário de um prato é a frustração sentida ao se deparar com a comida na realidade. Tal fato encontra justificativa numa máxima defendida pelos especialistas nesse tipo de fotografia: as imagens não existem para mostrar a verdadeira aparência, mas para transmitir as sensações proporcionadas pelo alimento.
Para que isso aconteça, é permitida uma série de truques, que vão desde uma simples pincelada no alimento com glicerina, para dar um efeito de umidade, até a utilização de purê de batata e óleo de motor, substituindo a bola e a calda do sorvete, respectivamente. Outros recursos comuns são a utilização de maçarico, para forjar as marcas da grelha em um pedaço de carne e até graxa de sapato marrom, para dar à carne uma aparência mais suculenta. O leite, em fotos de cereais e recheios de tortas, muitas vezes é cola branca e entre a alface e o hambúrguer do sanduíche quase sempre estão pequenos pedaços de papelão, para evitar que a folha murche em contato com a carne quente.
http://www.youtube.com/watch?v=Y0MZ0DgsKzQ
Mas é lógico que a produção de fotografias de comida não se limita aos truques de substituição de elementos. Por trás das imagens incríveis, também está um cuidado minucioso com os elementos do cenário. Os elementos cenográficos não podem competir com a comida e, portanto, costumam ter cores bem diferentes do alimento fotografado. Se são usados outros objetos, como talheres e copos, estes também não podem competir com o que é principal no anúncio, mas proporcionar uma atmosfera mais próxima daquele tipo de refeição. Outro fator fundamental para esse tipo de fotografia é a iluminação. Em fotos de comida, a luz costuma ser suave para que as texturas e formas possam ser melhor visualizadas. É recomendável a utilização de luz natural ou uma iluminação artificial contínua, mas nunca recorrer ao flash ou à luz direta, pois eles quase sempre destroem as chances de registrar os detalhes dos alimentos.
Para um bom resultado, é indispensável que o alimento seja fotografado assim que tiver ficado pronto. O ideal é que a luz e o cenário já estejam montados e testados para que as fotos sejam tiradas enquanto o frango ainda estiver quente ou a salada esteja fresca, por exemplo. Se a foto não é tirada imediatamente, a aparência dos alimentos pode mudar: as folhas da salada podem murchar e podem surgir natas no leite, além de que fotografar um prato quente depois de ter esfriado deixa o alimento, naturalmente, com cara de comida fria - e, portanto, muito menos atraente.
Entre os fotógrafos especializados em fotografia de alimentos está o mexicano Luis Carlos Pérez-Gavilán e o estadunidense Edward Gowans. Existem algumas dicas para aqueles que desejam experimentar esse tipo de fotografia, como as que a empresa Kodak oferece em seu site.
Se não, o gelado e as natas vão ficar numa sopa não tarda nada, a alface vai murchar e o assado vai parecer uma pedra escura
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Fotografia Animal
O site "MEU OLHAR" apresenta procedimentos da fotografia, entre eles, clicar animais de estimação. Dicas como tentar fotografar o pet em um momento relaxado, fotografá-lo sempre na altura dos olhos dele, estão presentes, além de clicá-los com “DESPORTO”, se sua máquina que essa funcionalidade pode ser muito útil com animais inquietos. No modo “DESPORTO”, o obturador estará numa velocidade mais rápida para “paralisar” o objeto da foto, além de utilizar um sistema de focalização especial que ajusta constantemente o foco da câmara, evitando que a foto fique borrada ou desfocada caso o animal de mexa.
O fotógrafo americano Carly Davidson é internacionalmente conhecido por suas fotografias de animais, possui experiência tanto na área comercial como documental, além de ser treinador em um zoológico nos Estados Unidos. Ele é conhecido como “Especialista em fotografia pet” por fazer imagens incríveis muitos momentos engraçados e peculiares que são constantemente utilizadas pelo Nat Geo. Seu trabalho já foi publicado em vários e importantes veículos como:“Photo District News”, “The Village Voice”, “The Oregonian”, entre outros.
Davidson produziu a sessão de fotos “Pessoas e seus animais de Estimação” para mostrar o quanto os animais podem se parecer com seus donos. Ele possui uma série de TV com o mesmo nome.Confira aqui algumas imagens.
No Brasil, o fotógrafo especializado em fotos de animais João Carlos Duarte (Johnny Duarte), é autor de grande parte das imagens utilizadas em produtos pet, sobretudo os da marca Pedigree. Há 14 anos Johnny se dedica a clicar animais e já leva muitos prêmios nessa área, como o Leão de Bronze de Cannes, em 2005, além de ter sido premiado, em 2008, entre os seis melhores na Bienal Internacional de Roma, uma das exposições de artes plásticas e visuais mais importantes da Europa. Em 2010, Johnny Duarte foi palestrante do Estúdio Brasil, um importante congresso de fotografia de estúdio na America Latina.
Como experto no assunto, Johnny Duarte se destaca por fazer com que os animais que fotografa pareçam estar prestes a falar algo. Ele mantém o site “Professional Photography” em que divulga suas fotografias e oferece seus serviços para fotografar os donos e seus animais; além disso, ele disponibiliza para diversos sites sobre o assunto suas dicas pessoais de como fotografar animais de estimação, mas, ainda assim, para ele, o essencial é ter intimidade com o animal para que se possa saber e reconhecer de que forma o animal reagirá na hora do click.
Para conhecê-lo melhor e também ao seu trabalho, a seguir, trechos da entrevista fornecida por Johnny Duarte ao site Dog Times.
Fale sobre a formação do fotógrafo e de quais são as particularidades de fotografar animais. Existem cursos especiais?
Devido à fotografia estar presente na família (meu pai era fotógrafo), eu nunca fiz curso algum, acabei aprendendo com meu pai esta arte. Eu não conheço cursos que ensinem especificamente fotos de animais pois penso que isso não se aprende, é como querer ser um maestro e não ter ouvido para musica... Enfim, o que quero dizer é que para fotografar bem um animal, você precisa ser um pouco “bicho”, você precisa pensar como eles para conseguir sempre prever suas ações ou reações e estar com tudo preparado na hora do click. Acho que para fazer isso bem, tem que crescer convivendo com os animais, observar sempre suas reações, entender a forma deles de se comunicar, de pensar e de sentir.
Basta saber fotografar para ser um bom fotógrafo de animais?
Saber fotografar é a parte mais fácil desta história, aliás, com as máquinas digitais de hoje em dia com tudo automático, saber fotografar é um mero detalhe. O mais difícil é conhecer anatomicamente e psicologicamente os animais.
Quais seriam os requisitos fundamentais para alguém ser um fotógrafo especializado em animais?
Pensar como um animal e conhecer um pouco de fotografia. Freqüentemente vejo muitos se arriscarem a fotografar animais, a maioria tenta imitar meu estilo de foto, mas ainda não vi alguém acertar. Acho que todos cometem o mesmo erro básico: “pensam nisso como um negócio”.
Você costuma fotografar animais para várias finalidades... Quais são os mercados que mais solicitam seu trabalho?
Os animais de estimação estão cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia, uma pesquisa do Sebrae revelou que se abrem mais Pet-Shops em São Paulo do que farmácia e padarias; ou seja, é uma mercado em franca expansão, com o custo de vida cada vez mais caro,muitos jovens casais adotam um “pet” antes de projetarem sua família. Com este crescimento progressivo de mercado, a procura por boas imagens é inevitável, por isso hoje atendo à Pedigree, Biscrock, Merial, Bayer, Premier, Sanol, entre outras. Além de ter a satisfação de fotografar sempre os melhores cães do Brasil, atendendo os mais exigentes canis e proprietários. Portanto hoje, minha gama de clientes é bastante vasta, vai desde fábrica de ração até a fotografia de um cão velhinho e doente para imortalizá-lo em um quadro na parede.
Na verdade, há diferença de um animal para o outro, até entre cães da mesma raça e do mesmo sexo às vezes estas diferenças são bastante expressivas em se tratando de comportamento para fotografia, cada animal é um animal e tem uma personalidade diferente. Claro que no caso de animais de pasto ou cocheira, por exemplo, devido ao seu convívio mais restrito com o ser humano, os estímulos são diferentes... Mas a base é sempre a mesma: Observar, entender como ele pensa e reage, posicioná-lo, iluminá-lo e clicá-lo.
Uma boa dica para quem quiser tentar uma boa foto do seu pet é levá-lo a um local novo (uma praça por exemplo) em um dia nublado onde a luz é mais uniforme e há mais liberdade para escolher um bom fundo... esperar com paciência o momento certo; em uma situação nova (parque) não vai demorar a ele prender sua atenção à algum acontecimento próximo... Esta é a hora da foto.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Fotografia em campo luminoso: revolução em 200g?
11 milhões de raios de luz
O intrigante mistério da magia das câmeras plenópticas consiste em um sensor de imagem que distingue e registra a luz refletida por todos os pontos de uma cena. Utilizando o exemplo dado pelo fundador da Lytro, Ren Ng, em sua tese de doutorado, Ren Ng, em sua tese de doutorado, a técnica da câmera de campo luminoso em relação às DSLR (Digital Single Lens Reflex) que conhecemos se assemelha a diferença entre a gravação de áudio em um único canal e com dezenas de canais, que é uma técnica utilizada em estúdios. Com apenas um canal, o que se registra é a soma de todos os sons, e com vários canais é possível captar os sons dos intrumentos e das vozes separados, permitindo muitas possibilidades em uma mixagem após a gravação. No caso da câmera, diversas escolhas de área focada após a captura da imagem.
De acordo com a Lytro, sua câmera consegue captar até 11 milhões de raios de luz, e possui zoom óptico de 8x e abertura f/2 em qualquer escolha de ajuste de zoom. A abertura é um grande diferencial e atrativo, pois permite fazer fotos em ambientes com pouca luminosidade, sem a necessidade de um flash. Além disso, o manuseio da câmera se mostra bastante simples, com apenas dois botões: o que liga e o disparador. O sistema promete facilidade também para passar as fotos ao computador, escolher o foco e disponibilizá-las nas redes sociais.
http://www.youtube.com/watch?v=wRQcCVY5wIo&feature=player_embedded
Revolução?
A Lytro foi fundada em 2006 pelo pesquisador Ren Ng, que já possuía trabalhos publicados sobre as técnicas de produção de imagens plenópticas, e no final de junho desse ano a empresa anunciou o lançamento de sua primeira câmera, que seria voltada para o mercado consumidor. Com isso, a empresa prefere entrar no mercado bem estabelecido de equipamento fotográfico, ao invés de licenciar sua tecnologia para outros fabricantes, o que é uma prática mais comum.
As câmeras de campo luminoso são um assunto que vêm sendo pesquisado há, pelo menos, 20 anos. A Adobe chegou a construir um protótipo dessa câmera a partir da pesquisa de Todor Georgiev, um dos desenvolvedores do Photoshop. E este, se baseou no trabalho de Gabriel Lippmann, físico francês e Prêmio Nobel da Física de 1908, por produzir a primeira chapa fotográfica a cores. Em 2010, a alemã Raytrix lançou a sua primeira câmera plenóptica, e se dispôs também a modificar as câmeras comuns, adicionando um software para modificar o sensor.
Aparentemente, a Lytro é o novo brinquedo do momento. Ainda não está disponível, mas sua pré-venda já foi iniciada no próprio site, com dois modelos: de 8GB, por $399, com capacidade para 350 fotos, e o de 16GB, por $499 e espaço para 700 imagens.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
As inovações do RAW
Uma entre as várias transformações advindas do desenvolvimento da fotografia digital está no processamento da foto depois do clique, mais precisamente o uso do formato RAW, metaforicamente, algo como o negativo da fotografia digital.
Com a fotografia analógica o fotografo (aqueles que preferem revelar as próprias fotos) ou laboratorista deve escolher papel, revelador (por exemplo existem os reveladores rápidos, reveladores de alto contraste e reveladores niveladores) e fixador específicos para cada filme, a partir de seu ISO, por exemplo, e claro da intenção do fotografo para poder chegar ao contraste e saturação desejadas.
Hoje as câmeras digitais DSLR podem gerar fotos em JPEG, RAW ou nos dois formatos com a foto duplicada na memória. A diferença entre os dois formatos é que o RAW, que significa cru em inglês, não sofre nenhum tipo de processamento automático ou compressão. Os dados são arquivados da mesma forma que foram capturados pelo sensor, logo, ISO, nitidez, filtro de ruído, contraste, saturação e em certa medida até a exposição podem ser controladas depois da captura, no computador, o que garante uma melhor qualidade final da fotografia e a possibilidade de tratá-la várias vezes vendo o antes e depois, podendo fazer e refazer. O nome da extensão (.nef e .cr2 por exemplo) varia de acordo com a marca do equipamento, porém todos tem o mesmo formato e são processados pelos programas de tratamento como light-room e o foto-shop da Adobe.
O lightroom é um programa direcionado para fotógrafos que permite a catalogação e tratamento de fotografias, ele dialoga diretamente com o tratamento das fotos analógicas em laboratório, até o seu nome faz referencia ao dark room (a sala escura), na sessão “revelação” são feitos tratamentos análogos aos feitos em laboratório sem grande alteração na natureza da imagem. Para que as fotos sejam tratadas com precisão é necessário que esteja em formato RAW.
Tutorial de uso do Ligth room:
O uso desse tipo de arquivo também tem suas desvantagens como, por exemplo, o tamanho do arquivo, que pode chegar a ser até 6 vezes maior que um arquivo em JPEG, ocupando o cartão de memória, demoram mais para serem arquivados na memória então o tempo entre um clique e outro é maior e todas precisam de tratamento no computador, então se o objetivo e ter fotos com menos qualidade, porém rapidamente prontas JPEG é a melhor escolha.
Podcast explicativo sobre o formato RAW:
http://www.dicasdefotografia.com.br/click_podcast/click_ep01.mp3
domingo, 9 de outubro de 2011
Fotojornalismo digital e a reconfiguração das condições de trabalho do fotógrafo
A fotografia digital surge no ano de 1989, com o lançamento das câmeras Rollei Digital Scanback, Fujix Digital Still Câmara, Kodak Professional DCS e softwares de armazenamento. A primeira vez que foi utilizada para o fotojornalismo foi na guerra do Golfo, em 1990, mas só foi utilizada em larga escala em 1994, durante a Copa do Mundo de Futebol nos Estados Unidos.
O ingresso da microeletrônica nos processos produtivos é considerado por Jorge Pedro Sousa a terceira revolução do fotojornalismo, que, de modo geral, significou a substituição das câmeras analógicas pelas digitais, dos sais de prata pelos pixels e dos químicos de revelação pelo computador.
A rotina fotojornalística em tempos de fotografia digital
O advento da fotografia digital, no entanto, não trouxe apenas mudanças técnicas, mas modificou as condições e a rotina de trabalho do fotojornalista. Atualmente, há uma maior exigência de qualificação e uma intensificação do trabalho.
Como já dito, depois do surgimento da fotografia digital, os rolos de filme foram substituídos pelos cartões de memória. Também exigido que o fotógrafo domine softwares como o Adobe Lightroom e Adobe Photoshop para fazer o tratamento das imagens, catalogue as fotos corretamente, através de palavras chaves, para colocá-las no banco de dados. Com o aumento astronômico da quantidade de fotos produzidas, o armazenamento do material produzido tornou-se um problema e, por isso, esta catalogação é tão importante.
As condições de trabalho do fotojornalista não são fáceis: muitas pautas para cobrir em um dia, deadline apertado, pressão para uma foto de qualidade e relações de trabalho precarizadas. Em setembro deste ano, o site americano Careercast.com divulgou uma pesquisa com as dez profissões mais estressantes, e o fotojornalista é o quarto do ranking!
Enquanto Jorge Pedro Sousa ressalta as vantagens lucrativas para as empresas de comunicação com a introdução da fotografia digital (simplificação dos procedimentos e rentabilidade dos recursos humanos), José Afonso da Silva Junior pontua o acúmulo das funções de fotógrafo, analista e construtor de sistemas que integram as tecnologias fotográficas com as digitais e, citando Carlos Eduardo Franciscato, toca na objetivada redução de custos, na automação dos processos e sobrecarga de trabalho.
Confira abaixo algumas fotos feitas por André Rodrigues dos bastidores da cobertura fotojornalista do Final da Copa do Brasil de 2011. É a rotina do fotógrafo por um olhar dele mesmo.
Bibliografia
SOUSA, Jorge Pedro. História crítica do fotojornalismo ocidental. Chapecó: Grifos, 2000.
FELZ, Jorge Carlos. Imagens digitais e imprensa - alterações na produção fotojornalística. Intercom Nacional, 2007.
SILVA, José Afonso. Permanência e desvio no fotojornalismo em tempo de convergência digital: elementos para uma discussão preliminar. Intercom Nacional, 2008.
SILVA, Luciana Salviano Marques da; NOBRE Itamar de Morais. Análise do Ofício de Fotojornalista: Atribuições, Técnicas e Percepções. Intercom Nacional, 2011.
CARMO, Paulo Sérgio do. A ideologia do trabalho. 8 ed. São Paulo: Moderna, 1998.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
O futuro é analógico!
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Câmeras PINHOLES
Sem filmes ou chips eletrônicos, muito menos botões ou filtros, as câmeras pinholes produzem imagens reais de uma forma simples, através de um conceito básico e muito antigo de gerar fotografias: a câmara escura. De fácil construção, esta câmera pode ser feita com latas de alumínio vedadas, em que um furo é feito de um lado e do outro é colocada uma folha de papel fotográfico. A luz solar entra por este pequeno orifício e, ao reagir quimicamente com componentes do papel fotográfico, a imagem é invertida e é projetada no papel. O único furo por onde entra toda a luz desempenha a mesma função da lente numa máquina convencional. Desta forma, quanto menor ele for melhor para garantir a nitidez e o foco da imagem, motivo este também pelo qual se faz necessário um maior tempo de exposição à luz solar – de alguns segundos até muitos minutos. Este tipo de fotografia possibilitada por um furo numa caixa preta é chamada de Fotografia Estenopeica. O estudante e fotógrafo William Duarte mantêm em Recife o projeto “Lata Mágica Recife”, em que ele e mais uma amiga registram a cidade através de uma câmera pinhole feita com lata de leite em pó. Ele afirma que as câmeras digitais reduziram a participação do fotógrafo a um mero aperto de botão, mas que as pinhole permitem que o homem faça valer o seu olhar sobre a imagem: “Fotografar com uma lata na era digital parece ser um retrocesso, mas é na busca da raiz que a fotografia artesanal mostra o seu diferencial”.
Apesar de parecer extremamente artesanal, a câmera pinhole já foi utilizada em naves espaciais para estudar a radiação solar e, quando usadas com CCDs, dispositivo de carga acoplado, são utilizadas em serviço de vigilância devido a seu tamanho pequeno.
Na cidade de Bultrins, em 2010 em Olinda, professores usaram a Fotografia Estenopeica para incentivar crianças e adolescentes de uma comunidade carente a registrar a rotina do lugar em que vivem. Sem tecnologia avançada e com criatividade, os aprendizes de fotógrafos puderam expor seus trabalhos num centro cultural local.
http://www.youtube.com/watch?v=Scr6Zcc3ouo
FONTES:
- http://www.aurelionespoli.com.br/page1001.aspx
- http://www.fotodicas.com/fotografia/fotografia_pinhole.html
- http://www.latamagica.blogspot.com