domingo, 20 de novembro de 2011

Fotografia de Alimentos



Quem nunca foi surpreendido por uma picanha suculenta exposta em um outdoor, por um hambúrguer gigante impresso em um panfleto de lanchonete ou por um sorvete delicioso no cardápio de um restaurante? As imagens dos alimentos são importantes recursos para chamar a atenção do público, atraindo o cliente a uma determinada loja ou o influenciando a comprar determinado produto. Nas fotos, os alimentos podem vir sozinhos, em cima de um prato ou servidos em uma mesa, mas sempre aparentam impecáveis e como se tivessem acabado de sair da cozinha. Porém, quase tão comum quanto o desejo que surge ao olhar o anúncio publicitário de um prato é a frustração sentida ao se deparar com a comida na realidade. Tal fato encontra justificativa numa máxima defendida pelos especialistas nesse tipo de fotografia: as imagens não existem para mostrar a verdadeira aparência, mas para transmitir as sensações proporcionadas pelo alimento.

Para que isso aconteça, é permitida uma série de truques, que vão desde uma simples pincelada no alimento com glicerina, para dar um efeito de umidade, até a utilização de purê de batata e óleo de motor, substituindo a bola e a calda do sorvete, respectivamente. Outros recursos comuns são a utilização de maçarico, para forjar as marcas da grelha em um pedaço de carne e até graxa de sapato marrom, para dar à carne uma aparência mais suculenta. O leite, em fotos de cereais e recheios de tortas, muitas vezes é cola branca e entre a alface e o hambúrguer do sanduíche quase sempre estão pequenos pedaços de papelão, para evitar que a folha murche em contato com a carne quente.

http://www.youtube.com/watch?v=Y0MZ0DgsKzQ

Mas é lógico que a produção de fotografias de comida não se limita aos truques de substituição de elementos. Por trás das imagens incríveis, também está um cuidado minucioso com os elementos do cenário. Os elementos cenográficos não podem competir com a comida e, portanto, costumam ter cores bem diferentes do alimento fotografado. Se são usados outros objetos, como talheres e copos, estes também não podem competir com o que é principal no anúncio, mas proporcionar uma atmosfera mais próxima daquele tipo de refeição. Outro fator fundamental para esse tipo de fotografia é a iluminação. Em fotos de comida, a luz costuma ser suave para que as texturas e formas possam ser melhor visualizadas. É recomendável a utilização de luz natural ou uma iluminação artificial contínua, mas nunca recorrer ao flash ou à luz direta, pois eles quase sempre destroem as chances de registrar os detalhes dos alimentos.

Para um bom resultado, é indispensável que o alimento seja fotografado assim que tiver ficado pronto. O ideal é que a luz e o cenário já estejam montados e testados para que as fotos sejam tiradas enquanto o frango ainda estiver quente ou a salada esteja fresca, por exemplo. Se a foto não é tirada imediatamente, a aparência dos alimentos pode mudar: as folhas da salada podem murchar e podem surgir natas no leite, além de que fotografar um prato quente depois de ter esfriado deixa o alimento, naturalmente, com cara de comida fria - e, portanto, muito menos atraente.

Entre os fotógrafos especializados em fotografia de alimentos está o mexicano Luis Carlos Pérez-Gavilán e o estadunidense Edward Gowans. Existem algumas dicas para aqueles que desejam experimentar esse tipo de fotografia, como as que a empresa Kodak oferece em seu site.

Se não, o gelado e as natas vão ficar numa sopa não tarda nada, a alface vai murchar e o assado vai parecer uma pedra escura

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